Número de motociclistas mortos no trânsito de Paranavaí aumentou 66% em um ano


  

O número de motociclistas mortos dentro do perímetro urbano de Paranavaí voltou a subir, segundo informações do relatório periódico do Corpo de Bombeiros. Em 2009 foram 9 óbitos, caindo para 7 em 2010 e 3 em 2011. Em 2012, o número de vítimas fatais voltou a aumentar, totalizando 5 óbitos - um aumento de 66% em um ano. Em 2013, até o momento, foi registrado uma vítima fatal. Na lista estão quedas e colisões de moto contra carro, ônibus, caminhão, bicicleta e, inclusive, contra outra moto.

Segundo o relatório, os acidentes envolvendo motos parecem estar cada vez mais violentos, já que nem mesmo a redução no número dessas ocorrências fez diminuir o número de vítimas fatais. Em 2009, o Corpo de Bombeiros atendeu 464 acidentes envolvendo motos, contra 544 em 2010, 585 em 2011 e 570 em 2012. Em 2013, até o dia 25 de fevereiro, já haviam sido registradas 68 ocorrência deste tipo, contra 92 no mesmo período do ano passado.

Esse aumento no número de acidentes traz consequências amargas à saúde pública, entre elas o acréscimo nas despesas com internações e a crescente ocupação dos leitos hospitalares. É o que mostram os dados do Setor de Ortopedia da Santa Casa de Paranavaí. De acordo com o gerente financeiro do hospital, Marcelo Cripa, só no setor de ortopedia foram 1.271 atendimentos em 2011 e 1.437 em 2012 (um aumento de 13%).

Segundo ele, cerca de 90% desses atendimentos estão relacionados com acidentes de trânsito, em sua maioria motos. O número não leva em conta os demais motociclistas acidentados que adentram o sistema público de saúde por outros setores, como neurologia, cirurgia geral, entre outros.

Outro número que preocupa as autoridades é o tempo que cada paciente permanece nos leitos dos hospitais. Em sua dissertação de mestrado, o fisioterapeuta e Mestre em saúde coletiva, Andrey Rogério Campos Golias, realizou uma análise dos acidentes de motocicletas em Paranavaí ao longo de 2007 e constatou que o tempo médio de permanência dos motociclistas acidentados no hospital pelo SUS (Sistema Único de Saúde) é de 5,5 dias.

Gastos com internação – Neste mesmo trabalho, o fisioterapeuta realizou ainda um levantamento do custo médio das internações de motociclistas envolvidos em acidentes de trânsito pelo SUS e DPVAT. O levantamento, de 2007, revelou um custo médio de R$ 1.321,00 por paciente. Em valores atuais, corrigido com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulado no período, o custo hoje estaria em torno de R$ 1.855,00.

Pensando na necessidade de uma estratégia de enfrentamento para essa situação, a Unimed de Paranavaí, em parceria com o Governo Municipal e diversos segmentos da sociedade civil organizada, decidiu criar em 2010 uma estratégia para tentar reduzir os números de acidentes com motos denominada “Acidentes – Pare com isso”.
“Hoje temos pelo menos dois agravantes com relação aos acidentes envolvendo motos que são os gastos com internação e os leitos ocupados durante todo o tratamento, que costuma ser demorado, principalmente nos casos de fraturas. Só isso já justificaria qualquer ação nesse sentido”, destaca o médico Marcelo Campos Silva, um dos responsáveis pela estratégia.

Ele compara o número de vítimas de acidentes de motos ao da epidemia de dengue que tem sido enfrentada por Paranavaí. Segundo o médico, o prejuízo causado pelos acidentes afeta não apenas a saúde pública, mas também a economia. “A maioria dessas vítimas pertence à faixa etária jovem, que compõe grande parte da nossa mão de obra. Com os acidentes, muitos desses jovens acabam ficando afastados de suas funções, quando não em uma situação de invalidez parcial ou até permanente, refletindo diretamente na nossa economia”, completa.

A proposta da estratégia, segundo Campos, é enfrentar os acidentes de motos a partir de campanhas continuadas de educação, fiscalização e conscientização, além de mudanças estruturais de vias e sinalização.

Indenizações – Nos últimos dias, a Seguradora Líder DPVAT divulgou um boletim estatístico que revelou um aumento de 39% no número de indenizações pagas às vítimas de acidentes de trânsito em 2012 no Brasil, bem acima da taxa de crescimento da frota nacional de veículos, que foi de 7,9%.

Apesar das motos representarem apenas 27% (cerca de um terço) da frota nacional de veículos, os acidentes com motociclistas representaram 69% das indenizações, sendo que 72% das vítimas foram os próprios motociclistas.

As indenizações são pagas pelo DPVAT, seguro obrigatório pago anualmente pelos proprietários de veículos. Ele cobre morte, invalidez permanente e reembolso de despesas médicas e hospitalares.

Fonte: Secretaria de Comunicação Social - Prefeitura do Município de Paranavaí






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