INVEJA: A mediocridade do ser humano!


  

Insta dizer que a inveja é um sentimento tão medíocre, que se torna difícil de ser “digerido”. Esse sentimento, que é desencadeado pela desigualdade, é capaz de corroer a alma do invejoso, e o pior é que este ser humano fica tão envolvido com tal sentimento, que se sente incapaz de perceber tamanha destruição em sua própria vida.

"Quando um homem está envolvido em si mesmo, ele se torna um pacote muito pequeno."(John Ruskin)

Percebe-se de forma bem nítida que a inveja advém do apego às coisas materiais, ao desejo de obter o que o outro possui, tanto em se tratando de posses quanto de virtudes.

Observa-se que a inveja é um sentimento tão perverso que é como se fosse uma sede insaciável, o que faz obscurecer por completo a vida do invejoso, impedindo-o de se desenvolver e/ou crescer. E isso se deve ao fato de que simplesmente o invejoso vive em prol da vida alheia, esquecendo-se de cuidar de sua própria vida, vivendo em função da vida do outro.

Mas de fato, é triste perceber que há pessoas que funcionam como verdadeiros “guardas”, de “olho vivo” na vida alheia. Mais triste ainda é lembrar que enquanto este ser humano pernicioso se preocupar com a vida do outro, sua própria vida ficará estagnada, com tendência em um curto prazo a ser conduzida a um verdadeiro caos.

Já é sabido por todos que o invejoso passa mal, chegando até a adoecer, quando alguém de seu convívio começa a brilhar; assim, utiliza de estratégias mesquinhas, “tecendo” fofocas, tentando minar, derrubar e até destruir o outro, mas, o que se observa é que, quem é derrubado e destruído é o próprio invejoso, uma vez que a inveja tem a tendência de corroer e de autodestruir, levando o indivíduo ao extermínio de si mesmo.

Contudo, a inveja deveria ser repugnante, pois, carrega consigo a tristeza, a melancolia, o egoísmo, a dor e o ódio.

Mesmo ciente desses fatos, é triste e lamentável saber que convivemos com o invejoso, que ele está bem pertinho da gente, mas nós não o percebemos. Desconhecemos tal pessoa, talvez por não comungarmos deste mesmo sentimento destruidor, ou por não querer acreditar que este ou aquele ser humano seja tão pernicioso a ponto de se tornar “jagunço” de nossas próprias vidas. Um dia a máscara cai nitidamente, e de forma inesperada tal sentimento “aflora” com mais força, deixando-se transparecer de forma clara através do sentimento de ira, mágoa e de outros que nem precisamos citar.

Somado a isso, interessante notar que, antes deste fato ser consumado, convivemos e comungamos muito de nossa vida com o invejoso, confidenciando fatos, dialogando sobre nossa vida pessoal e profissional, partilhando de tudo um pouco, mas, eis que em um dado momento, vem a decepção, quando a “máscara” cai e tudo vem à tona. Assim, dói mais o fato de conceber tal pessoa como invejosa do que tal reação de inveja, uma vez que aquela pessoa era estimada e querida.

Assim sendo, torna-se importante salientar que, ao invejoso importa que o outro não tenha o que ele deseja. Ridículo, não?

Vê-se, portanto, que o invejoso não luta para melhorar, para desenvolver e /ou crescer, pois a ele interessa ficar de “plantão” no que o outro tem e/ou possui, cujo objetivo é a destruição, uma vez que ele deseja e não os tem. A atitude do invejoso exige que o mesmo assista a sua própria vida de “camarote” sendo um mero “expectador”; desta forma, não faz acontecer, não age em prol de sua própria vida, mas em prol da vida alheia.

É de se observar que o invejoso é tão ganancioso no que o outro tem e/ou possui que fica “cego” diante dos valores, virtudes e princípios que deveria ter, preocupando-se em demasia em assumir seu papel de perversidade diante do outro, esquivando-se a todo custo da amizade e consideração para com o outro.

É importante ressaltar que o invejoso aparece carregado de desgostos, altamente descontente com a sua própria vida, cheio de angústias e totalmente revoltado, inalando egoísmo. Deixa de viver, se tornando intragável em meio ao seu convívio, uma vez que não conspira o bem para ninguém. Não sabe compartilhar e nem se alegrar com os demais, além das reações “monstruosas”, fazendo até a mudar de cor quando age.

Finalmente, o invejoso, essa triste figura digna até mesmo de dó, necessita se enxergar antes de tudo, reconhecendo a mediocridade que é ou foi sua vida com atos e sentimentos estéreis, como se fosse num palco onde tivesse representado uma peça vazia de conteúdo, sem qualquer brilho. É imperativo tal autocrítica, pois só a partir de então, se assim o quiser, deverá “arregaçar as mangas” e lutar em prol de uma vida melhor, conscientizando-se de que se continuar tendo inveja do outro, ficará estagnado, correndo o risco de não se desenvolver e/ou crescer, morrendo do próprio veneno.

Marizete Furbino, com formação em Pedagogia e Administração pela UNILESTE-MG, especialização em Empreendedorismo, Marketing e Finanças pelo UNILESTE-MG. É Administradora, Consultora de Empresa e Professora Universitária no Vale do Aço/MG.
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