Focos encontrados em pneus deixa Vigilância em alerta para risco de epidemia de dengue


  

“Estamos trabalhando com o sinal de alerta vermelho ligado. O primeiro LIRA deste ano apontou um índice de 3,2 (médio risco), mas nós consideramos que o índice real é pelo menos três vezes maior. Isto porque nós fazemos o levantamento com amostragem por regiões e algumas vezes podemos visitar imóveis que estão em situação menos crítica e aquele local que está com uma infestação muito alta pode não ter sido visitado durante a pesquisa para o LIRA. O que sabemos, com certeza, é que a reprodução do mosquito da dengue está em ritmo acelerado em Paranavaí. Trabalhamos com a ideia de que no final do ano passado tivemos períodos longos de estiagem e os mosquitos colocaram muitos ovos. Agora, com as constantes chuvas, esses ovos estão eclodindo de uma vez e provocando uma proliferação muito rápida”. A avaliação foi apresentada pelo assessor da Vigilância em Saúde, Randal Fadel Filho, na primeira reunião do Comitê Municipal de Combate e Prevenção à Dengue, realizada nesta terça-feira (15/1).

Para a Vigilância, esta realidade no início do ano é muito preocupante, especialmente porque muitos moradores estão descartando lixo de maneira irregular e acumulando água das chuvas, colaborando para a proliferação das larvas. “Durante 6 anos não tivemos registros de focos de larvas encontrados em pneus. Desta vez, o índice está em 5,9. Temos encontrado muitos pneus descartados em terrenos baldios, fundos de vale e até mesmo de pessoas que não sabem onde descartar e guardam nos quintais. O problema é que, os meses de fevereiro e março são o período de maior reprodução das fêmeas do mosquito, e elas gostam de colocar ovos nos pneus, porque eles têm uma substância que atrai a fêmea. Se não houver conscientização e colaboração da população, o risco de uma epidemia só vai aumentar”, frisou Randal.

Atualmente, os agentes de endemias trabalham em campo fazendo visitas aos 51.821 imóveis cadastrados no município. A cobertura total é de 2.152 quarteirões da cidade. Além disso, a Vigilância faz vistorias quinzenais em 147 pontos estratégicos, onde há maior possibilidade de haver criadouros de larvas do Aedes aegypti, como borracharias, ferro velho e armazenadores de recicláveis.

Números da dengue – Em 2018, a Vigilância em Saúde notificou 635 casos suspeitos de dengue em Paranavaí. Destes, 37 foram confirmados (positivos), 577 negativados e 21 ainda aguardam resultado. O último caso positivo de dengue na cidade foi registrado no dia 9 de dezembro. Também foi confirmado um caso de Chikungunya no ano passado.

O primeiro LIRA (Levantamento de Índice Rápido do Aedes) de 2019 em Paranavaí mostrou que o índice, que era de 3,6 (médio risco) em novembro, praticamente não baixou. O novo LIRA registrou média de 3,2 (também médio risco), o que revela o ritmo acelerado de proliferação das larvas do mosquito Aedes aegypti e mantém as chances de uma nova epidemia na cidade. O atual índice significa que de cada 1.000 imóveis vistoriados, em pelo menos 32 foram encontrados focos de dengue. O número ficou três vezes acima do máximo tolerável pelo Ministério da Saúde, que é de 1%. Para o levantamento, a Vigilância em Saúde dividiu a cidade em cinco setores de fiscalização. No total, foram inspecionados 2.062 imóveis entre os dias 7 e 10 de janeiro (de segunda a quinta-feira).

A região com maior infestação de larvas é a que abrange os jardins Santos Dumont, Ipê e Vila Operária. Nestes locais o índice é de 6,1. A região que abrange os jardins São Jorge, Santa Maria, Matarazzo, Vista Alegre, Simone e Três Conjuntos apresenta risco médio, com 2,6. Em seguida aparecem as regiões dos jardins: Ouro Verde, Ouro Branco e Sílvio Vidal (2,5); e Sumaré, Morumbi, Jardim das Nações, Vila Paris, América e Parque Industrial (2,4). O menor índice registrado foi na região do Centro e Jardim Guanabara (2,3).

Entre os locais onde foram encontrados criadouros de larvas do Aedes, o maior percentual (50%) está nos depósitos móveis encontrados nos quintais das casas, como vasos, frascos com água, garrafas retornáveis, bebedouros de animais, sanitários e canos sem uso que ficam abertos, etc. Em seguida, aparecem os resíduos sólidos descartados irregularmente em terrenos baldios (19,1%), como pneus, recipientes plásticos, garrafas PET, latas, sucata e entulhos de construção. Em terceiro lugar estão os recipientes que acumulam água em nível de solo (17,6%), como baldes e barris que os moradores usam para captar águas das chuvas.

Só nós 14 primeiros dias de janeiro já foram notificados 20 casos suspeitos de dengue em Paranavaí.

Fonte: Secretaria de Comunicação Social - Prefeitura do Município de Paranavaí






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