Paraná colhe safra recorde e amplia os pomares de laranja


  

A colheita de laranja começa a ganhar ritmo no Paraná, onde nesta safra os pomares ocupam 19,4 mil hectares.

A boa notícia é que a área cresce a cada ano e consolida a atividade como alternativa de diversificação. Em 2006 eram 16.700 e no ano passado 18.500 hectares, conforme dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura (Seab). Nesse período, a produção saltou de 412 mil para 470 mil toneladas. Se consideradas outras variedades, como a tangerina, a citricultura soma 30 mil hectares no estado.

A notícia ruim é a queda na rentabilidade. Com o dólar em baixa e o custo em alta, indústria e produtor têm as margens reduzidas devido à relação cambial e ao reajuste no preço dos fertilizantes. Ainda assim, cotada abaixo dos R$ 10 a caixa de 40,8 quilos (medida americana), a laranja continua ganhando adeptos.

O presidente da Associação dos Citricultores do Paraná (Acipar), Pedro Garcia, explica que a cotação, em dólar, é atraente. O problema, está na desvalorização da moeda americana diante do real. Outra agravante, destaca o dirigente, é que o preço não acompanha a alta dos insumos. Ele cita de exemplo o adubo, que acumula alta de 120%. “Não faz muito tempo, era possível pagar R$ 600 a tonelada. Hoje varia entre R$ 1.500 e R$ 1.600”.

Mas o produtor não desanima. Aumentou área e investiu em tecnologia. João Luiz Pasquale, que produz laranja há 19 anos, é um exemplo. Ele espera colher nesta safra aproximadamente 140 mil caixas (40,8 quilos), com as quatro variedades de laranja que cultiva em sua propriedade. “Investi em tecnologia, combate de pragas e doenças pensando sempre em melhorar a qualidade e aumentar a produção”, diz o citricultor, que na safra passada colheu 125 mil caixas.

Na hora de fazer as contas, porém, Pasquale conclui que, apesar de todo o investimento realizado e a previsão de maior produção, há prejuízo com o dólar em baixa. De acordo com Pasquale, o valor pago pela laranja não teve reajuste adequado para compensar o aumento nos custos da produção. A mão-de-obra, continua, também foi reajustada.

Para fazer frente aos custos, as cooperativas e outras empresas que recebem a fruta efetuam pagamentos mensais aos produtores a partir do início da colheita, uma espécie de adiantamento. De acordo com Márcia Santin, gerente comercial de frutas e sucos da Cocamar, “nessa forma de pagamento o produtor consegue ir administrando a safra, pagando funcionários e tudo o que for usando no pomar”. A gerente lembrou que em cada final de safra é feito um cálculo e o produtor recebe a diferença do total entregue para a cooperativa.

A gerente informou que 98% de toda a produção de sucos concentrados da empresa segue para exportação, principalmente para atender o mercado europeu, Ásia e Oriente Médio. “Vendemos a tonelada da polpa de fruta em torno de US$ 1.750 a tonelada e já estamos praticamente com toda a produção deste ano vendida.”

Só a indústria de concentrados da Cocamar, com sede em Paranavaí, deve receber neste ano 3,1 milhões de caixas de 40,8 quilos de laranja. A previsão é de que a safra do biênio 2009/10 chegue a 3,8 milhões. “Seguindo esse ritmo até 2012, estaremos em nossa capacidade máxima de 7 milhões de caixas”, prevê o coordenador de citricultura da cooperativa, Leandro César Teixeira. Para atingir a meta, a Cocamar aposta na ampliação dos pomares e no lançamento de novos produtos.

Fonte: Caminhos do Campo / Gazeta do Povo






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