Rússia reconhece quatro frigoríficos do Paraná para exportar carne bovina


  

A partir da semana que vem quatro frigoríficos instalados no Paraná estarão habilitados a exportar carne bovina para a Rússia.

O documento oficial daquele país reconhecendo os frigoríficos deverá ser enviado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento nos próximos dias, informou Antonio Jorge Camardelli, diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), nesta sexta-feira (4), em Londrina.

Foram autorizados os frigoríficos Mercosul nos municípios de Nova Londrina e Paiçandu, o frigorífico JBS em Maringá e o Margen, em Paranavaí. Segundo o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, esses frigoríficos se adequaram aos ajustes e exigências da Rússia logo após a suspensão do embargo daquele país à compra de carnes bovina e suína em novembro do ano passado.

O retorno do Paraná ao mercado exportador para a Rússia significará um aumento de demanda para o abate de 3 mil animais por dia. Em termos de receita, representa o ingresso de US$ 20 milhões a US$ 25 milhões por mês, calculou o empresário. Além do Paraná, mais 11 frigoríficos do Mato Grosso do Sul também foram habilitadas a exportar carne bovina para o mercado russo.

Camardelli foi um dos participantes do Seminário Internacional “Em Busca de Uma Produção Sustentável”, encerrado nesta sexta-feira (4) na 48ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina – Expolondrina 2008. O painel Perspectivas para o Mercado Internacional de Carnes foi coordenado pelo secretário Valter Bianchini e teve a participação do secretário nacional de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, Inácio Afonso Koetz.

Participaram ainda o empresário Belarmino Iglesias Filho, proprietário da cadeia de restaurantes Rubayat, em São Paulo, e Lãs Lilás, em Buenos Aires (Argentina) e Madrid (Espanha). Outro participante foi o pecuarista José Antonio Fontes, diretor da Sociedade Rural do Paraná e dirigente da Associação Nacional de Pecuária de Corte.

O debate realizado no Seminário Internacional foi bastante otimista em relação à pecuária de corte no Brasil, apesar da crise que se abateu sobre o setor com as fragilidades no quesito rastreabilidade apontadas pela União Européia.

Kroetz reforçou que vê um cenário otimista para a produção animal, mas alertou que ainda há um caminho há percorrer e toda a cadeia produtiva tem deveres a cumprir. Anunciou que em pouco tempo o Paraná irá colher o fruto do excelente trabalho realizado pelo Departamento de Fiscalização (Defis) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, para que o Estado possa conquistar novamente o reconhecimento da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) de área livre de febre aftosa com vacinação.

Kroetz informou que no próximo dia 20 irá reenviar as provas técnicas do Estado à OIE de que as exigências técnico-sanitárias estão sendo cumpridas. Ele acredita que os estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul serão contemplados com esse reconhecimento.

O secretário Bianchini disse que a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) e Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa) também estão otimistas com a pecuária de corte e vão adotar providências para colaborar com toda a cadeia produtiva. Entre as prioridades está a abertura de diálogo com as redes de supermercados para articular a comercialização de carnes nobres e cortes especiais que remuneram melhor o produtor.

Para Camardelli, da Abiec, o País está recuperando sua credibilidade junto ao mercado europeu e a tendência do mercado é de aumento do consumo de proteína animal. A grande questão que ele aponta é se haverá oferta de bois para alimentar esse mercado que está novamente se abrindo.

Fonte: Agência Estadual de Notícias






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