Paraná já tem 14 propriedades habilitadas para exportar carne à União Européia


  

Em todo o Brasil, são 447 propriedades habilitadas a exportar carne para a União Européia. Das 14 propriedades liberadas no Paraná, sete são do município de Paranavaí.

As particularidades das exportações de produtos de origem animal, o que o Brasil tem que fazer para aumentar a sua participação em mercados de alto valor, e o que precisa ser feito ainda para que todos os estados brasileiros voltem à condição de áreas livres de aftosa, com vacinação. Estes foram alguns dos temas da palestra proferida nesta sexta-feira (17) pelo secretário Nacional de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Inácio Kroetz, a técnicos da Secretaria da Agricultura e a estudantes da Universidade Federal do Paraná. O evento foi realizado no auditório da Secretaria da Agricultura, como parte da Semana Acadêmica do curso de Medicina Veterinária da UFPR.

Kroetz fez um balanço sobre as condições sanitárias dos principais produtos exportados, como aves, suínos e bovinos, responsáveis por 19% das exportações brasileiras. E apontou alguns pontos que precisam ser melhorados para que os produtores possam atender às necessidades de mercados mais exigentes, como a União Européia, o Japão, Estados Unidos e a Coréia. “São mercados exigentes, remuneram melhor o produtor, mas para atender à esse mercado, é preciso ter sanidade, qualidade e competitividade, e isso só é possível com um intenso trabalho de defesa sanitária”, explicou o secretário.

De acordo com Inácio Kroetz, para expandir as fronteiras e aumentar a participação em mercados de alto valor, é preciso melhorar o status sanitário quanto às doenças de maior impacto para o comércio internacional, como a febre aftosa, encefalopatia, peste suína clássica e doença de newscastle. Destas, hoje o Brasil luta para ter o reconhecimento internacional de áreas contínuas livre de febre aftosa. “Hoje temos regiões com áreas livres sem vacinação, áreas livres com vacinação, áreas com médio risco, com alto risco, e áreas de risco desconhecido, e isso dificulta o reconhecimento internacional. Estamos reforçando trabalho de vigilância, de investigação e de provas ativas para que até o final de 2.010 comprovadamente dizer que não tem febre aftosa em nenhuma parte do país”, adiantou o Secretário Nacional de Defesa Agropecuária.

Para que isso seja possível ele lembrou que é importante a reestruturação uniforme da defesa sanitária, a melhoraria da infra-estrutura quanto ao efetivo de pessoal e de tecnologia da informação, aperfeiçoamento dos sistemas de informação, e maior envolvimento do produtor rural com conscientização a respeito de suas responsabilidades.

Propriedades - Kroetz destacou ainda o programa de rastreabilidade e as auditorias do Ministério da Agricultura, que já estão habilitando propriedades cadastradas no Sisbov para exportar carne “in natura” para os países europeus. Até o momento, 447 propriedades no país estão habilitadas a vender o produto para a União Européia. No Paraná já são 14 as propriedades liberadas, sendo sete do município de Paranavaí, uma de Cambará, uma de Campina da Lagoa, uma de Iacaraíma, uma de Leópolis, uma de Ortigueira, uma de Faxinal e uma de Xambrê.

Para o diretor do Defis, departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Silmar Burer, todo o trabalho desenvolvido no Estado sempre teve como objetivo a qualidade dos produtos de origem animal. “A abertura de mercados se deve ao empenho do produtor em vacinar seu rebanho, ao empenho do Governo do Estado e das entidades da iniciativa privada em intensificar o trabalho de vigilância sanitária animal, especialmente nas regiões de fronteira onde o risco de contrair a doença é maior”.

O Paraná tem um rebanho bovino de 9,5 milhões de cabeças. A pecuária de corte representa 70% desse total, ou seja, cerca de 7,5 milhões de animais. Em 2007 foram abatidos no Estado 1,8 milhão de cabeças de gado, e as exportações chegaram a 10,4 mil toneladas de carne bovina. De Janeiro a setembro de 2008, o volume de carne do Paraná exportada já superou o do ano passado. Foram 11,2 mil toneladas.

Fonte: Agência Estadual de Notícias






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