Paraná vai manter segunda etapa de vacinação contra febre aftosa


  

O Paraná vai continuar com as campanhas de vacinação contra febre aftosa no rebanho de bovinos e bubalinos. A próxima campanha deverá acontecer em novembro deste ano e deverá ser vacinado todo o rebanho, avaliado em 9,6 milhões de cabeças. A decisão foi submetida nesta segunda-feira (09) ao Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa), composto por entidades do governo e da iniciativa privada, que aprovou a manutenção da campanha por pelo menos mais uma etapa.

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Após a decisão, o comunicado foi feito oficialmente pelo presidente do Conesa e secretário da Agricultura e do Abastecimento, Erikson Camargo Chandoha. Segundo ele, a decisão refere-se à manutenção da segunda etapa de 2010 da campanha de vacinação contra febre aftosa.

O Paraná entregou ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) uma solicitação para suspender a vacinação contra febre aftosa no primeiro trimestre deste ano. O objetivo era suspender a campanha de vacinação em novembro. Porém como existem ainda desafios a serem atingidos o Conesa decidiu pela continuidade da vacinação para manter a segurança da sanidade agropecuária em todas as cadeias produtivas de origem animal existentes no Estado.

O principal gargalo que convenceu os conselheiros pela decisão foi a dificuldade que o governo do Estado está enfrentando na contratação de profissionais como médicos veterinários. Para compor o quadro funcional capaz de manter a vigilância sanitária em alerta em substituição às campanhas de vacinação falta a contratação de 68 médicos veterinários, 297 técnicos agrícolas e 110 funcionários administrativos.

De acordo com o secretário Chandoha, estamos em ano político e o Estado está impedido pela legislação eleitoral de realizar concursos públicos. Portanto, estão sendo chamados os profissionais que fizeram o último concurso realizado em 2006, o que dificulta as contratações. Já foi feita uma segunda chamada para os aprovados e somente 8 profissionais médicos veterinários estão prontos a serem nomeados. Haverá ainda uma terceira chamada desse mesmo concurso até o final deste ano, comunicou o secretário.

Segundo Chandoha, apesar da decisão unânime do Conesa em manter a campanha, o foco da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento e das entidades que compõem o Conesa é pela suspensão da vacina no Estado, mas sem manter uma data definida para essa iniciativa.

Os conselheiros do Conesa se manifestaram pela não dispersão do processo do Paraná atingir a condição de estado livre de febre aftosa sem vacinação porque a medida irá beneficiar todas as cadeias produtivas com agregação de valor aos produtos agropecuários. As entidades se colocaram ao lado do governo do Estado para estabelecer um plano conjunto para que o Paraná possa cumprir as exigências do Ministério e que seja apresentado ao novo governador que toma posse a partir de 1º de janeiro de 2011.

Para o diretor do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária (Defis), Marco Antonio Teixeira Pinto, o Conesa adotou a decisão em tempo hábil para que sejam adotadas as providências para a realização da campanha de vacinação contra febre aftosa no mês de novembro, quando todos os animais, independente da idade, deverão ser vacinados. “O produtor e o mercado têm que ser avisados a tempo”, justificou.

Segundo Teixeira Pinto, em maio passado o produtor foi alertado de que aquela campanha poderia ser a última. Diante desse comunicado houve falta de vacinas porque o comércio não fez o estoque necessário para atender a demanda. Essa foi uma das causas da campanha ter atingido um resultado de vacinação de 95,96% do rebanho. Embora esse índice esteja acima do nível suficiente para quebrar a cadeia de disseminação da doença, o fato é que o Paraná vinha obtendo resultados acima de 98% nas campanhas anteriores, disse.

Chandoha se comprometeu em avançar nessa questão até o final deste ano, enquanto estiver à frente da Secretaria. Ele disse que vai se empenhar em buscar uma condição especial com a Secretaria da Administração para os fiscais da defesa agropecuária, diante dos baixos salários de ingresso reclamados pela categoria.

Fonte: Agência Estadual de Notícias






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