Regiões centro-oeste e noroeste concentram casos de dengue


  

As regiões centro-oeste e noroeste do Paraná preocupam a Secretaria de Estado da Saúde pelo grande número de casos de dengue registrados neste verão. De acordo com o boletim divulgado nesta quarta-feira (13/02), as seis cidades em situação de epidemia (Peabiru, Paranavaí, São Carlos do Ivaí, Fênix, Japurá e Quinta do Sol) estão nessas duas regiões e concentram 72% do total de casos registrados no Estado desde agosto de 2012.

O informe confirma 844 casos a mais que no último boletim. Dos 3.439 casos, 3.134 são autóctones e 305 importados. Também foram confirmados seis casos graves da doença, sendo três por febre hemorrágica da dengue e três casos com complicações. Um deles foi de um advogado aposentado de 75 anos que morreu em Campo Mourão. Ele era morador de Peabiru, hipertenso, tinha passado por tratamento contra o câncer, e procurou tratamento tardiamente - três dias após o início dos sintomas.

Embora 3.439 casos tenham sido confirmados no Paraná, o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, ressalta que o Estado não está em situação de epidemia, visto que a incidência estadual é de apenas 30,02 casos por 100 mil habitantes, considerada baixa pelo Ministério da Saúde.

“A situação não se compara a 2010, quando havia 71 municípios em epidemia e 33.456 casos confirmados”, afirmou o secretário. Outra diferença está no porte dos municípios em epidemia. Dentre os seis atualmente nesta situação, cinco têm menos de 15 mil habitantes. Este é o caso de Quinta do Sol, no centro-oeste, que registrou 29 casos e já entrou em estado de epidemia por ter apenas 5 mil habitantes. “Desde o ano passado estamos monitorando esses municípios e enviando apoio para controlar a dengue nessas regiões.”, destacou.

Na semana passada, o secretário determinou o envio de medicamentos, apoio logístico e garantiu a realização de mais exames para a detecção da doença na região de Paranavaí. Além disso, 32 municípios em epidemia ou situação crítica receberam R$ 4,2 milhões em recursos do Governo do Estado para reforçar o enfrentamento da dengue. A Secretaria da Saúde também mantém equipes técnicas e unidades de UBV pesado (fumacê) em 12 municípios para o combate ao mosquito adulto.

De acordo com o boletim divulgado pela Sala de Situação da Dengue, mais seis cidades também estão muito próximas de atingir taxas de incidência epidêmica, ou seja, 300 casos por 100 mil habitantes. Amaporã, Terra Rica, São João do Caiuá e Tamboara, no noroeste, são cidades vizinhas de Paranavaí. Este também é o caso de Engenheiro Beltrão, que faz divisa com outro município em epidemia – Peabiru. Santa Fé, na região de Maringá, também apresenta taxa de incidência alta.

Segundo o coordenador da Sala de Situação da Dengue, Ronaldo Trevisan, um dos motivos para que a doença se espalhe entre municípios do Interior é o fluxo diário de pessoas que saem de cidades pequenas para trabalhar em grandes centros. “Cidades vizinhas têm climas parecidos e, geralmente, índices de infestação semelhantes. Para o vírus circular, basta que uma pessoa infectada seja picada pelo Aedes aegypti em um município que ainda não tem casos autóctones”, explicou Trevisan.

O mosquito da dengue é um inseto de baixo alcance e geralmente circula em um raio máximo de 400 metros. A melhor forma de se proteger ainda é eliminar possíveis criadouros do mosquito, sejam recipientes ou outros tipos de depósitos que possam acumular água.

“Com as constantes chuvas desta época do ano, o cuidado deve ser diário. Além do lixo, como garrafas pet, copos plásticos, latinhas, entre outros, a população deve ficar atenta também a locais fixos expostos a chuva, como calhas, marquises e lajes”, alertou o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz. A orientação é que se faça varreduras em casa e no quintal em busca de criadouros da dengue, principalmente após as chuvas.

Fonte: Agência Estadual de Notícias






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